domingo, 30 de setembro de 2007

Domingo no Caminito

As pessoas fazem muito terrorismo em relação a Buenos Aires. A todo instante andávamos tranquilos nas ruas. Uma vez ou outra levávamos alguns sustos, muito mais pelo que nos falaram do que por qualquer iminência de perigo.

O bairro turístico mais mal falado é o La Boca. Segundo os alarmistas, lá todo cuidado é pouco! Pegamos o táxi e chegamos na adorável esquina na qual começa a rua que tem jeito de cenário de programa infantil (dos legais, tipo o sítio!!). Mesmo quem não conhece Buenos Aires já viu a foto de alguém sob uma placa "Caminito Tango". Isso nada mais é do que a placa de uma loja que fica bem nessa famosa esquina.


O Caminito é muuuuito gracioso. Ele fica quase à margem do Rio da Prata, por isso lá venta muito e passamos bastante frio. É um lugar essencialmente turístico, o que não faz dele um lugar que não seja divertido. É tudo muito colorido e alegre. Há várias lojinhas de souvenirs e se ouve tango por todos os lados. Lá também é o lugar onde mais se vê o fileteado. Fileteado é justamente a técnica de pintura de placas típica da Argentina, um trabalho muito lindo. Na verdade, eu li que isso é uma herança italiana, mas como eu nunca fui à Itália, não sei se isso é comum por lá.

É lá também que se tiram aquelas famosas fotos em poses de dançarinos de tangos. Pode-se fazer isso com pessoas que estão lá pra isso ou enfiando a cabeça naqueles desenhos - eu e Beto escolhemos a segunda opção. Como nada é de graça, para isso lá se foram 5 pesos.


Ficamos passeando por ali com aquela turistada toda e depois seguimos 1 quadra e meia adiante para conhecer a Bombonera, o famoso estádio do Boca Juniors. Os caras são muito espertos! Criaram um museus da paixão boquense (no qual nós não entramos), uma loja com objetos caríssimos do Boca e um tour pelo estádio que pode ser guiado ou não de acordo com o que você paga. Escolhemos um tour guiado a 14 pesos a cabeça.


O estádio, simplesmente por ser estádio, não tem nada demais, apenas alguns aspectos interessantes. Um deles é que em meio a 50 mil lugares, os torcedores do time visitante só têm direito a mil (eu acho que cabe um pouco mais, mas isso eu verifiquei em outra oportunidade...). Outro é que a platéia especial deles fica praticamente em cima do treinador e do banco de reservas (acho isso impensável por aqui...). Do outro lado, as cadeiras também ficam quase no mesmo nível do campo e em vez de alambrado o que existe é -pasmem- um vidro!!! Outra coisa é que o comprimento dos assentos é mínimo de forma que o estádio é assustadoramente íngreme!!

Saindo de La Boca, fizemos o que não se deve fazer em Buenos Aires: pegar um táxi que não seja rádio-taxi. Ele ficou dando voltas e voltas pra nos levar a San Telmo, o bairro vizinho.

Em San Telmo, aos domingos, ocorre uma feirinha de antiguidades. Mas achamos tudo uma velharia sem graça e resolvemos ir embora.


quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Em Buenos Aires - 3ª parte

Sábado. A idéia inicial era conhecer os parques mas o toró matutino frustrou so planos iniciais, mas casal viajante que é viajante mesmo não se dá por vencido! A solução foi ir conhcer mais um shopping: o famoso Buenos Aires Design na Recoleta.

Eu imaginava uma coisa mega, de design moderno e grandioso, mas não é nada disso. É um shoppingzinho pequeno só com coisas de casa. Lojinhas lindas e fofas, com muitas coisas de arte, mas como em tudo que se refre a decoração, não muito barato.

Eu não exagerei quando disse que em Buenos Aires tudo é muito perto. No pátio externo do shopping estava rolando a feirinha de artesanato da Recoleta e confesso que foi muito bom ver alguma coisa diferente em feiras de artesanato (porque aqui no nordeste é tudo sempre igual). Muchas cositas interessantes, até fizemos umas comprinhas :)

A chuva trazia um frio desgraçado. Na verdade, o que assusta em Buenos Aires não é a temperatura, mas o vento. Que gelo!! Agora compreendo aquela repórter de São Joaquim que vive falando em sensação térmica!


A sorte é que colados no shopping estavam a Igreja de N. Sra do Pilar e o cemitério da Recoleta. A igreja é lindíssima. Uma das mais lindas que já vi (e olhe que morando em Salvador, posso falar com propriedade). Se eu pudesse casava lá! Por fora ela é bem simples, toda branquinha e por dentro, maravilhosa!!

O cemitério parece os que vemos em filmes europeus. Cada jazigo impressionante! O de Evita é m dos mais sem-gracinha!!! Eu tinha lido que lá era meio bizarro, que os caixões ficavam expostos e tal, mas eu não vi nada, embora Beto tenha visto dois...

O frio continuava de rachar e atravessando a praça em frente a tudo isso (shopping, igreja, cemitério etc) entramos no Café La Biela, um dos mais tradicionais de Buenos Aires. Tomamos um café e comemos um tostado para enfrentar o frio e depois já sem chuva nem garoa, seguimos batendo perna!!!


Fomos procurar a Floralis Generica mas seguimos na direção errada. Então resolvemos andar, andar, andar. A Recoleta é um bairro chique e muito charmoso. Além de várias lojas de grife (os argentinos se importam muito com marcas e grifes) lá estão o chiquérrimo Hotel Alvear (onde Madonna se hospedou) e as embaixadas do Brasil e da França, uma do lado da outra.

Mais uma vez nos surpreendemos em como as coisas são perto uma da outra! Logo saindo da praça das embaixadas, estava a Av. 9 de Julio, a mais importante da cidade. Resolvemos descê-la até o cruzamento com a nossa rua e segumos mais uma vez a pé para o hotel.


É muito fácil se locomover em Buenos Aires. Com um mapa na mão é praticamente impossível se perder. GPS é uma coisa totalmente desnecessária por lá. Isso porque as ruas são paralelas e perpendiculares entre si formando quadras e a numeração das ruas paralelas é sempre a mesma. Fantástico!!


À noite foi a vez do show de tango. Eu já tinha lido na internet sobre os espetáculos à la broadway que existem nas tanguerias mais famosas. Optamos então por um café mais tradicional, com um show supostamente mais "de raiz" e beeem mais em conta. O show foi interessante, mas senti falta de mais dança. Achei que foi mais focado na música. O cantor era muito bom e os músicos também.

No meio do show ouvi palavras de amor e trocamos alianças. Ali, o momento só nosso, à meia luz da platéia não contive o choro!!!

A única coisa chata é que depois do espetáculo eles praticamente nos expulsam do local. Que jeito? Lá fomos nós de novo a um ristorante comer uma pasta e comemorar!!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Mi Buenos Aires Querido

2º dia da viagem: o tempo continuava não ajudando muito e resolvemos pegar o mapa e bater perna assim mesmo. Mal supúnhamos nós que tudo era tão perto! Começamos pelo Plaza del Congreso e cruzamos toda a Av. Mayo até chegar na Casa Rosada. O prédio do Congresso é tudo de lindo! Enorme, suntuoso, rico em detalhes, em frente a uma grande praça. A Casa Rosada não é lá rosada, mas um salmão bem forte e feio. De qualquer forma também tem uma linda praça na frente. O mais bacana é que os porteños curtem as praças, ficam lá sentados, conversando, levam as crianças pra brincar etc.


Falando nisso, é impressionante a quatidade de carrinhos de bebê nas ruas! E outra coisa bacana é que muitas vezes eles são conduzidos pelos pais e apenas eles (sem as mães)! Achei massa isso!


A Av. de Mayo foi a rua que eu mais gostei. Ela é bem larga, arborizada, com com construções antigas e muito movimento durante o dia. Foi nela que eu vi pela primeira vez os cafés com as mesinhas nas calçadas. Não aquelas mesas de plástico dos botecos daqui, mas mesinhas charmosas com guarda-sóis, chique demais!!! O nosso guia (livro) diz que essa avenida é o pedaço de Bs. As. mais parecido com Madri.

Foi lá também que fomos extorquidos pela primeira vez: um garçom de Uruguaiana nos cobrou 5 pesos por uma água mineral, além de pedir uma moeda do Brasil para colecionar - Cara de Pau!!!!


Depois de andarmos bastante sem comer, resolvemos almoçar/jantar no Cabaña Las Lilas, um dos melhores restaurantes de comida argentina e que fica em Puerto Madero - o lugar dos porteños novos-ricos. O restaurante fica na beira de um dique, é bem agradável, mas não é nada comparado com comer na beira da praia por aqui... A carne era algo de espetacular, um bife de chourizo que eu jamais vou esquecer! A conta também bem salgada, considerando que pegamos uma porção individual para compartir. O interessante é que o prato não vem com acompanhamentos e cada um deles custa a bagatela de 18 pesos, uma porção bem mixuruquinha...

A grande sacada é pagar com cartão de crédito por causa do câmbio favorável do dolar. Isso porque 1 dólar equivale a 3,16 pesos e fazendo a conversão peso pra dólar e depois dólar pra real a gente sai ganhando bastante. Sem falar que o cartão usa a cotação oficial. Fica aí a dica!

Tem muita coisa ainda pra contar!!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

back for goods

De volta!!!! E com dois itens para riscar da lista! Fiz uma viagem super bacana para Buenos Aires e de quebra, passei 7 dias sem ver cara de computador, nem de celular, vivaaaa \o/
Agora tenho pano pra manga!

Vou começar meu diário de bordo:

1º dia
Chegamos em Buenos Aires quinta, dia 13. O céu estava cinza como o de São Paulo. Sem ter muito o que fazer já no meio da tarde, resolvemos inverter a ordem dos fatores e começamos pela calle Florida já que compras não eram bem o nosso objetivo...
Fico me perguntando em que altura da Florida minha amiga Eliana conseguiu tirar fotos tão bonitas... aquilo ali é meio caótico! Como todos bons turistas, demos pinta mesmo sem saber e as pessoas já falavam com a gente em português. A Argentina vive lotada de brasileiros!! O assédio dos funcionários das lojas e restaurantes incomoda bastante, mas não deixa de ser engraçado ver toda aquela gente falando "cuero, cuero!"
À noite fomos jantar num restaurante italiano simples, mas delicioso: o Broccolino! É clima de cantina e bastante frequentado pelos porteños.


Primeiras observações: assim como os brasileiros, os argentinos não tem uma identidade étnica bastante definida, exceto pelo fato de serem brancos. Beto achou-os de estatura baixa e depois reparamos que os homens costumam ter narizes bastante avantajados. Mas o que é realmente incrível é o hair style das porteñas, nunca vi nada tão horrível: cabelos curtinhos com a base comprida - algo a la Chitãozinho e Xororó nos anos 80/90 mas com o topete descendo até quase a nuca. Esse visual é quase padrão das porteñas mais novas. As roupas, pelo menos no centro, são geralmente bem elegantes, mas sempre há espaço pros mais arrojados. O que parece é que enquanto os mais velhos fingem que estão na Europa, os mais novos fingem que então em Nova Iorque :P

Aguardem cenas dos próximos capítulos....

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Updates

Mais um item pra riscar da minha listinha: n. 26 - fazer algo por alguém. O que eu tinha em mente inicialmente é fazer algum tipo de trabalho voluntário, já estou amadurecendo a idéia e acho que em outubro ela já estará em prática. Antes disso, porém, já ajudei 3 pessoas! Essa semana fiz 3 modelos de convite de chá de cozinha a custo zero. E, modéstia a parte, ficaram lindos! Mi amor acha até que eu deveria levar isso mais à sério... vou pensar com carinho no assunto...

Nos próximos 8 dias vou ficar out e volto já riscando mais um item da lista. Um dos melhores, diga-se de passagem - mas isso já é assunto para outro (e longo) post!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Sobressaltos

Há algum tempo que tô pra escrever sobre isso e sempre deixo pra depois. Na verdade, não há muito o que falar, talvez seja mais um desabafo...

Hoje sinto que a pior coisa do mundo é viver sobressaltada. Pronta para se assustar com tudo a qualquer momento, ter medo de qualquer ruído, não relaxar nem um segundo quando se está na rua.

Eu estou assim. Isso é terrível. Tudo começou por causa daquele assaltozinho bobo que eu sofri. Digo bobo porque não teve arma, não teve violência física, o que já é uma sorte diante do caos em que estamos vivendo...

Mas é que ouço tantas coisas que não consigo relaxar. A perversidade do ser humano é algo que me assusta muito e eu não quero ser alvo dela...