domingo, 4 de março de 2007

de esquecimentos e lembranças

Já há algum tempo estou para escrever sobre esquecer pessoas. A arte de esquecer é por demais difícil e me fez elucubrar bastante se tal tarefa seria de fato possível. Podemos até esquecer certos fatos, mas jamais esqueceremos certas pessoas.

Lembrar nem sempre significa saudade e saudade nem sempre significa vontade de reviver. Saudade é a lembrança de um tempo bom.


Acho que saudade, esquecimento e lembrança giram todos em torno de uma mesma órbita. Aliás, eu mesma já acho que não esquecemos pessoas, apenas substituímos lembranças. Vamos superpondo fatos mais recentes sobre os mais antigos e assim o que (quem) era pra ser esquecido vai indo mais pro fundo do baú da memória...


Mas ainda bem (ou outras vezes nem sempre) que temos os nossos baús reais (cartas, e-mails, detalhes e fotografias) que às vezes nos ajudam a abrir o baú da memória e trazem consigo um suspiro, um sorriso, uma lágrima ou um lamento e assim podemos sempre revisitar nossa história, mas dessa vez apenas como meros espectadores.

E assim continuamos no ciclo da vida, sucessivamente substituindo lembranças...

"Eu hoje joguei tanta coisa fora
a casa fica bem melhor assim
cartas e fotografias
gente que foi embora
lendo seus bilhetes
eu penso no que eu fiz..."
Sou inteiramente obrigada a discordar dessa música do Paralamas,
a casa não pode ficar melhor assim!

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