sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Livre e leve como uma nuvem

Hoje fiz uma coisa que, na minha vidinha burguesa, há muito tempo não fazia: andei de ônibus! E a experiência foi melhor do que o que as minhas lembranças me diziam.

De manhã, mamãe me deu uma carona até à pós. Apesar do meu costumeiro mau-humor matinal, tive uma aula maravilhosa com um professor de Minas Gerais. Um cara jovem, mas com um senso crítico excelente que trouxe à baila questionamentos normalmente não trazidos nas aulas. O mais sensacional foi quando eu perguntei a ele o que ele era e ele me respondeu simplesmente: professor! Que massa, subiu mais vários pontos no meu Ibope!

Ele acabou estendendo a aula por mais uma hora e foi muito bom não ter que me preocupar em sair correndo pra ir pro trabalho - essa liberdade é extremamente prazerosa. Depois da aula ainda fiz um lanche batendo um papo super agradável com umas colegas, enquanto criava coragem pra enfrentar o sol que me esperava. Que sol.

Pus os óculos e fui em frente. Nunca tinha voltado de lá de ônibus. Mal saí já quase comecei a me estressar pensando onde iria pegá-lo. Mas talvez inspirada pela aula do professor, resolvi lançar outro olhar para a situação.

De repente, o ponto não era tão distante assim pra valer um resmungo ou um mau pensamento. E lá no ponto, à beira-mar, não fazia tanto calor assim. Ao contrário, a brisa era até bem agradável. E eu não senti medo de ser assaltada, abordada ou qualquer coisa do tipo. As pessoas eram simplesmente gente como eu. Cada uma com sua história.


Quando entrei no ônibus, o cobrador não estava carrancudo e eu consegui lugar para sentar (o que era fundamental devido à quantidade de tralha que eu carregava). E na janela! Apesar do sol forte, foi tão bom não ter que me estressar com o trânsito, não ter que fechar o vidro em cada sinaleira e poder ver minha cidade com os olhos que a correria às vezes não permite.

Tive uma lembrança maravilhosa dos meus tempos de estudante quando entrou o primeiro ambulante vendendo guloseimas. Três chocolates por um real!!! Sempre adorei isso quando costuma pegar ônibus! E é claro que eu comprei os meus, não sou besta! ;)

No final das contas, descobri que o menino que disse pra eu pegar aquele ônibus me deu a informação errada. Não passava onde eu queria. Mas, ainda motivada por uma leveza aparentemente inexplicável, não me chateei. Andei talvez 500 metros e cheguei ao meu destino. Pra completar, só ouvi tantos elogios acerca de quanto eu parecia bem!

E estou!

Um comentário:

  1. Muito bom...pelo corre-corre do dia a dia a gente esquece facil a beleza e a simplicidade maravilhosa de um dia. Uma parada...uma respiracao...um prestar atencao nas ruas, na praia, nas pessoas e principalmente em nos mesmos. Rejuvenece e tomamos consciencia do que somos! :)
    Beijos Dri

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