segunda-feira, 20 de junho de 2005

Queria saber descrever ou mesmo entender o que estou sentindo. Um vazio, é verdade, mas ao mesmo tempo, com o que preenchê-lo?? Drummond, que eu amo, já disse: “não existe falta na ausência, a ausência é um estar em mim”.
Vem-me à cabeça também a música do Skank: “sinto sua falta, não posso esperar tanto tempo assim”, mas, na verdade, não estou esperando, mas, “me sinto só, me sinto só, me sinto tão seu...”
Nessa fase fossa, a música sempre nos acompanha. Tirei do baú: “vamos ser outra vez nós dois, vai chover pingos de amor...” Lá no íntimo sinto falta de ser outra vez nós dois mas não sinto no momento o desejo de ser outra vez nos dois, sei lá! Dá pra entender???
O que adotei mesmo foi o poema Memória do meu tão querido autor supracitado, ele tem me acompanhado intimamente e de forma contundente:

Amar o perdido
deixa confundido
este meu coração.
Nada pode o ouvido
contra o sem sentido
apelo do não
.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão,
mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
estas ficarão
.

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